Violência.

Outro dia assistindo o Jornal do almoço, vi o desabafo de um pai falando  sobre  violência, a mesma violência que lhe roubou o único filho. Um jovem, inteligente, cheio de vida e de planos, que infelizmente tombou fulminado por um tiro de um assaltante, bem no momento em que escolhia o terno para sua festa de formatura. Dizer o quê, numa situação como esta? Quantos são os jovens, quantas são as pessoas que tombam sem vida nas mãos destes insanos assassinos que povoam nossas ruas? Ninguém está a salvo. Antigamente se pensava que dentro de casa com grades altas, muros com cacos de vidro, cercas eletrificadas, câmeras de vigilância nos estaríamos a salvo. Ledo engano, nada mais nos livra da onda de violência. Nem mesmo os mais modernos condomínios estão a salvo. 

Hoje se mata, ou se atira em um ser humano por simples prazer. O objeto do roubo pode ser até um chaveiro. O respeito foi para o beleléu. Por que a coisa chegou a este ponto? Tem uma palavra que sempre uso, quando escrevo buscando explicações para casos como este: Impunidade. Ninguém mais respeita nada pelo simples motivo de que sabe que não acontecerá nada. O político corrompe,rouba,trapaceia porque sabe que logo ali adiante vai ter um advogado usando as brechas da lei  livrando-o de qualquer culpa. O empresário corrupto compra,sonega, rouba porque tem a certeza de tudo tem um jeitinho de se acomodar. O Brasil é um país onde existe lei para tudo e para todos, só, que nenhuma delas funciona. As brechas vão sendo cada vez  mais escancaradas na proporção em que aumentam os casos de violência. 

O emaranhado, o enleio de tantos trâmites, o excesso de recursos pode fazer com que processos caduquem sem nem ao menos se ouvirem as partes envolvidas. Isto tudo é legal, isto tudo é natural. A cada dia descobrem-se novos golpes, cada vez mais sofisticados. Na verdade não somos donos de mais nada, nada nos pertence, o nosso dia a dia é pagar impostos, recolher tributos e nos o fazemos crentes de que algumas coisas destes tantos milhares de reais nos devolvam pelo menos um pouco de segurança. Você paga hoje por uma caixa de fósforos quase dois reais, na verdade esta mesma caixa de fósforos vendida por trinta centavos estaria dando lucro tanto ao fabricante como ao governo com impostos. O mesmo carro nacional pelo qual pagamos trinta, quarenta mil aqui no Brasil, exportado é vendido por um terço do preço, lá fora. 

Nós, na verdade não pagamos impostos nós somos oficialmente roubados, legalmente. Esta farra com impostos, talvez seja um dos fatores que auxilia a proliferar tanta violência. É tanto dinheiro rolando que fica difícil, senão impossível o controle. Ai fica fácil meter a mão. Você é assaltado, na rua, em casa, na festa, no supermercado, nem mesmo velórios estão a salvo desta onda avassaladora. O carro, a carteira, o celular, vale tudo, e o pior, pode ser por muito menos do que isto para você levar um tiro. Um tiro que tanto pode por fim a vida como também colocá-lo num leito de hospital por anos a fio. E o que fazem nossos legisladores? Discutem. Existem, centenas de alterações sendo estudadas para se incorporarem a legislação pena, mas não se iludam elas tendem a suavizar ainda mais isto que ai está. Quando toda a sociedade clama por mais justiça nossos ilustres legisladores se debruçam sobre textos que facilitem ainda mias a vida dos criminosos. 

Mas isto faz parte de uma cadeia, que começa na vila, no bairro, na cidade, no estado e desemboca lá no congresso. Por detrás de cada sugestão, por detrás de cada alteração proposta estão os interesses próprios, que não nem os meus muito menos os teus. São interesses deles. Por detrás de quaisquer projetos estão verbas, acertos, conchavos, percentuais, caixa dois, três, enfim. Isto acontece lá no início da fila. No fim desta mesma fila de sofredores e de vítimas está o povo, estamos todos nos. Urge que se façam modificações na legislação para endurecer ainda mais, as penas que já existem. 

Vamos parar de uma vez por todas de tratar jovens delinquentes como eternos nenês, eles somente são menores de idade para que não se apliquem as leis como deveria ser aplicadas, pois matam,roubam,estupram fazem miséria sempre acobertados pelo manto da impunidade. Até quando, senhores? Até quando?