terça-feira, 10 de julho de 2012






A vontade soberana
A cada eleição tornou-se rotina ouvir frases de efeito, como:A escolha é do povo, nos somos os patrões,a vontade do povo é soberana,a decisão é nossa. Enfim, existem mil formas de incentivar o povo a participar deste processo democrático, onde teoricamente, nos, o povo é que escolhemos os nossos destinos quando optamos por este ou aquele candidato. Na teoria tudo funciona muito bem, mas sabemos todos que na prática não é bem assim que funciona. Uma escolha, para nos eleitores, termina ali no momento em que depositamos nosso voto na urna eletrônica. 

Naquele momento poderemos até ter feito a escolha certa. O grande problema é que depois, passadas algumas semanas, os nossos escolhidos já começam a fazer suas escolhas. As siglas se reúnem,os homens confabulam,os interesses afloram, a humildade vai para o brejo e o eleitor então, ninguém mais lembra dele. O primeiro assunto de pauta será sem dúvidas nenhuma a escolha dos ocupantes nos cargos a serem leiloados. E aqui não está nem um pouco importando se o eleito foi ou não da mesma corrente vitoriosa nas majoritárias. Agora é a hora do grande acerto. 

Os eleitos querem saber da governabilidade, das chances que terão para fazer seus acordos, seus conchavos, seus acertos. E, a moeda de troca, é claro, são os cargos públicos. Mas, reflita um pouco: Foi para isto que você escolheu este cidadão? Alguma vez em seu projeto de governo apareceu a proposta de rifar cargos públicos para que pudesse administrar?Isto fazia parte de sua plataforma de governo? Não? Mesmo assim, agora ele já é o eleito, poderá fazer o que bem entender, empregar quem ele bem entenda e tudo isto sem que seja necessário lhe dar qualquer explicação. 

Perai, então onde é que fica o tal, de “nos somos os patrões” “ a vontade do povo é soberana” e tantas outras formas encontradas para enganar o povo? Eleição no Brasil, atualmente é sinônimo de falcatrua,de poder,de dinheiro, de chantagens. Aquele que ousa candidatar-se arca com as consequências de ter a sua vida particular revirada ao avesso. E o pior é que muitas das vezes justamente aqueles candidatos que de alguma forma a gente até poderia acreditar, depois de eleitos começam  a mostrar as unhas. De uma forma geral já virou rotina escolhermos o candidato por fatores que extrapolam até mesmo o conhecimento que ele possui, ou mesmo a capacidade para o desempenho de tão grande responsabilidade . 

O cara conseguiu uma consulta, furou a fila do medicamento, arrumou a cadeira de rodas para a vovo, conseguiu um terreno(área verde) para um parente que veio de fora. Nossas escolhas muito dificilmente se concentram em coisas reais, que se relacionam diretamente com as tarefas de legislar, de administrar. Não costumamos levar em conta o histórico dos candidatos, sua vida em família,suas relações no comércio,suas relações com vizinhos, como ele administra sua família. Isto tudo vai influir no momento de nossas escolhas, até porque se alguém já tem um histórico não muito confiável, intrometendo-se na política a tendência é só piorar.

Dai a importância de nossas escolhas. Nada disto parece ter muita importância para nos neste momento da escolha. Não costumamos levar em conta que de uma forma ou de outra estas pessoas escolhidas vão ser responsáveis pela nossas vidas,serão eles que irão gerenciar verbas para a saúde,educação,saneamento,segurança, mobilidade urbana, coisas que realmente nos atingem diretamente. Ora, se estamos empenhados realmente em mudar um situação, se não estamos contentes com os atuais administradores está mais do que claro,que nas escolhas anteriores não fizemos a melhor opção. Então, nada melhor do que agora repensar, nas nossas metas. 

Uma escolha adequada agora, pode quem sabe representar menos dores de cabeça no futuro.Pense nisto,vote com convicção, não se deixe levar pelo coração. Não existe candidato bonzinho, assim como não existem salvadores da pátria. Tudo o que se faz num município passa pela câmara de vereadores, o prefeito sozinho não faz nada, absolutamente nada. De nada adianta uma cabeça cheia de ideias se não tiver apoio, e este na maioria das vezes é comprado, é trocado por cargos públicos. Daí, acontecem os escândalos como os que já começam a pipocar através de panfletos. 

Pense, reflita, escolha. Eleja, mas não reeleja ninguém que já tenha passado pela prefeitura de Sapucaia por pelo menos trinta anos atrás. Afinal, a nossa vontade deve ser soberana. 

                    

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