quinta-feira, 12 de julho de 2012

O jogo.




“No jogo da política, nunca jogue tuas melhores cartas de início. Guarda-as para as últimas cartadas, assim poderás surpreender o adversário.”
Realmente, é assim que funcionam as coisas neste mudo maravilhoso da política. Existem muitas definições para esta palavra, mas no contexto atual fico com esta: Política e aquela atividade exercida na disputa dos cargos de governo ou no proselitismo partidário. Entendida desta, forma poderíamos compreender melhor toda esta gama de distorções que acontecem entre uma candidatura, de alguém a um determinado cargo, sua eleição, e a consequente mudança comportamental depois de eleito. Entre o lançamento de uma candidatura, e a eleição, ou não, do candidato muitas são as etapas a serem vencidas: 

A preparação. O cidadão lança o seu nome na lista de interessados a concorrer, e na convenção este nome é analisado, e votado. Desempenho. O agora candidato vai apresentar provas de que realmente tem capacidade, tem suporte, estratégias, e logística para enfrentar a disputa.Conhecimento. Aqui o candidato vai partir para a etapa mais importante, pois do seu conhecimento da sua desenvoltura, das suas experiências vão depender muitos dos votos que vai disputar .Aqui na cidade de Sapucaia do Sul, desde há muitos anos estas fases não tem a menor importância, qualquer nome serve,escolaridade também não é levada em conta.

Geralmente, as candidaturas partem de agremiações da vilas e bairros,parentes de outros que já estão em cargos públicos, ou então costuma-se pegar aqueles que nas reuniões cotidianas da siglas costumam se salientar por discursos mais eufóricos , nem sempre com fundamentos, citações de grandes líderes com os quais procuram buscar alguma afinidade. Nos últimos quarenta anos nossa cidade não deu provas de ser um celeiro de bons políticos. Quase sempre as querelas pessoais acabam por interferir nos mandatos. A velha politicagem da troca de favores, do clientelismo, da política da dependência de favores acaba por criar uma espécie de eleitorado escravo. 

Ou seja, eu voto no candidato tal porque ele é um cara bom, ele fala bem, ele já me ajudou muito, e assim vai. O resultado de tudo isso é que a cidade permanece sempre da mesma maneira, não há avanços, não existe uma remodelação os vícios se repetem, acabam se perpetuando e por mais que se tente buscar alternativas estas não acontecem, o sistema está podre, está corrompido. A máquina política da cidade está urgentemente necessitada de uma nova “formatação” existem muitos vírus, arquivos corrompidos, portas fechadas, gabinetes nebulosos, circuitos em curto.

Mas, se reconhecemos que as siglas, não fazem uma seleção adequada dos elementos que vão representá-las e ali estão apenas e tão somente por uma questão de favorecimento e não pelas qualidades demonstradas, compete a nos este papel de fazermos a escolha, bem como o descarte daquilo que a nosso juízo deva ser deletado.Enquanto permanecermos com este sentimento de frade franciscano e levarmos para a urna, não o nome do melhor, mas do amigo, do conhecido, do médico,do tio, da avó, seja lá quem for estaremos alimentando esta cadeia nefasta para o progresso do município. Nosso voto, é sem dúvida nenhuma a melhor ferramenta  da qual dispomos para mudar esta situação. 

Votar conscientemente, escolhendo os melhores para o todo e não para mim apenas. É ali naqueles minutos frente a urna que você deve reviver as tuas reclamações, as ruas esburacadas, o lixo acumulado,a luz queimada, a falta de segurança, de creches, de escolas, o empreguismo, o desvio de verbas, a saúde caótica, as promessas não cumpridas. 

Vale a pena esperar para apertar o número. Associe todas estas questões com a cara que ali está sorridente, pedindo carta branca para você. Não se esqueça daquele fundamento lá nas primeiras linhas do texto: Será que o teu candidato mostrou realmente todas as cartas que possui? Será que por detrás daquele rosto retocado não tem alguém escondendo o jogo? Pense nisto. 

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