quinta-feira, 19 de julho de 2012




Quem dá mais?
Eu não queria, mas tenho que comentar uma coisa que está  atravessada na minha garganta. Como esta vida de politicagens da voltas. A cada dia se comprova mais e mais a total falta de critérios quando o assunto é o apoio a este ou aquele candidato. Sempre falei, que o principal problema daqui da cidade é o clientelismo político, quer dizer, o cidadão não está nem ai para a qualidade do candidato, não quer nem saber se o fulano tem ou não alguma coisa a ver com a ideologia da sigla a qual está atrelado. O único interesse é o financeiro, ganhar alguma coisa, apoiar para receber. 

Não interessa o quanto isto possa custar na vida futura. Eu apoio porque quer o algo em troca. Tão logo haviam sido empossado, Ballin e Ibanor, o diretório do PDT, que mantinha sempre a média de vinte trinta pessoas, passou a ser pequeno, uma onda de “trabalhistas” começou e verter do chão. E o engraçado é que alguns trabalhistas eram os mesmos que dias antes agitavam bandeiras por partidos e candidatos totalmente diferentes. Mas, eles agora mudavam de casa, largavam os amores antigos, e se lançavam nos braços do PDT. A medida que alguns cargos eram distribuídos aumentava a frequência. 

E foi assim que muitos que não sabem sequer o nome completo do Brizola viraram trabalhistas ferrenhos. Mas, veio a crise, o desprestigio, o prefeito afundou o município num marasmo que até os antigos companheiros começaram a ver um buraco abrir-se sob seus pés. Hoje, vê-se claramente que as bandeiras do partido já não tremulam mais em muitas mãos conhecidas. Os cargos, poucos é verdade, que o PDT, conseguiu extrair, não parecem ter sensibilizado alguns filiados, que ao primeiro sintoma de cisão se bandearam de mala e cuia para os braços do PT, o mesmo PT que os humilhou, o mesmo PT que tratou a todos os aliados com escravos, relegando cargos de terceira e quarta categorias, com a querer mostrar superioridade. 

Isto não tem a mínima importância, novamente a bandeirinha da estrela vermelha toma o lugar da bandeira trabalhista. Quantos são aqueles que se mantiveram durante quatro anos no poder, sugando na vaca gorda da mãe prefeitura agora vão retribuir, com uma campanha aguerrida pelos candidatos da sua sigla mãe? Onde é que estão os trabalhistas de fé, os primeiros que foram chamados para cargos? Eles estão em sua maioria bandeados para outras siglas, e pior ainda, prestem atenção “trabalhistas”, fazendo campanha por outros candidatos, não do PDT. Por detrás de tudo, ou de todos estes, está o interesse particular, uns precisam terminar a faculdade, outros querem entrar na faculdade e outros ainda porque acreditam seriamente que o atual prefeito consiga reeleger-se e assim emendar mais quatro anos de mamata. 

Foi-se o tempo em que se fazia campanha, pela filosofia do partido, ser admitido no quadro de filiados, exigia um pré analise bem como um estudo das origens do candidato. Hoje tudo isto ficou no fundo de um baú, cheio de cupins. Hoje a mola mestra se chama interesses e é em nome deles que se negocia. Alcançamos já a estas alturas do campeonato, cerca de vinte e nove siglas,mas, não tem problemas, caso eu não queira, nenhum destes, seja por qual for o motivo, eu fundo uma sigla, crio uma moeda de troca, e a partir daquele momento já estou devidamente gabaritado a participar. Hoje é assim, as cores das bandeiras, não significam mais nada. 

A historia, os vultos, as lutas passadas , as conquistas, os debates, isto vira peça de museu. Servem apenas para que no futuro os pais mostrem a seus filhos como exemplos de atrazo. Hoje os tempos são outros. A política agora a gente trata como futebol, se o cara é bom a gente compra o passe dele, ele assina ficha e já sai candidato. Amanhã, quem sabe onde poderá aparecer esta figura, no mundo globalizado das modernas ideologias ninguém é de ninguém todos são maleáveis, desfilam como manequins de carne e osso numa grande vitrine, abaixo um letreiro convidativo: QUEM DÁ MAIS? 

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