quarta-feira, 11 de julho de 2012

Administrar



Esta palavra é um verbo transitivo direto. E tem muitas definições. Prefiro ficar com esta: Manter sob controle um grupo, uma situação, etc. a fim de obter o melhor resultado. Parece simples não? Mas não é. Ou pelo menos as pessoas que de uma forma ou de outra se comprometem a seguir a risca esta definição, quase sempre acabam metendo os pés pelas mãos e acaba dando tudo errado. Porque será? O pároco administra a sua paróquia, o empresário sua empresa, o comerciante se comercio e por ai vai. Pela lógica, o prefeito administra o seu município certo ? Errado. 

Na política o sentido de administrar é totalmente diferente, porque a ele são agregados valores externos a figura do administrador. Se, na paróquia o pároco tem liberdades totais para exercer suas funções assim como outros administradores no comercio e em outras atividades, o prefeito já não pode contar com esta liberdade. Ele depende de um contexto diferenciado, suas ações são , ou deveriam ser, fiscalizadas por outro grupo, são os vereadores. Quem são os vereadores? Cidadãos escolhidos pelo povo para representá-los, entre tantas outras tarefas estes senhores devem fazer leis, e instrumentos para que de uma forma organizada a sociedade conviva de forma civilizada. 

Produzindo, riquezas e distribuindo estas riquezas na forma de serviços e melhoramentos para a população. Bem, mas isto é teoria. A convivência harmoniosa destes dois poderes, legislativo (vereadores) e executivo ( Prefeito) é que vai propiciar a comunidade o atendimento de seus anseios, de suas necessidades. Acontece que nem tudo flui exatamente como deveria. Num processo democrático como o nosso nem sempre o prefeito consegue eleger uma base que seja totalmente sua, para que assim pudesse administrar com liberdade. Quando acontece de a base ser dividida, onde contrários somam a maioria dos votos é comum acontecerem então os acertos. 

Estes, se dão por conta de cargos que são distribuídos pelo prefeito, para desta forma poder contar com a tão malfadada governabilidade. A governabilidade nada mais é do que, um monstrengo inventado, que permite ao um governante aprovar medidas que não sejam lá as melhores para a população. Existem ocasiões em que o executivo remete um determinado projeto ao legislativo para apreciação, acontece que justamente neste momento o gabinete de um vereador esteja sendo pressionado  por alguma vaga, seja uma secretaria,diretoria, enfim. 

Acontece então, destes legisladores barganharem cargos em troca de apoio daí ocorrerem os inchaços nas administrações públicas. Abrem-se porteiras  e por elas entram centenas de ocupantes de cargos (CCs) que superlotam as administrações. Mas, existe um problema ainda maior que ocorre. Na maioria das vezes o ocupante de um determinado cargo é de sigla não muito amiga do prefeito, do secretário, do diretor, e ali está para simplesmente ficar de olho no que acontece.Documentos,fotos,gravações de conversas, tudo pode render num futuro alguma vantagem. Conforme confidenciado por um político, para mim: 

"Eu não perdi tempo, já infiltrei alguém ali (tal secretaria) com a finalidade de pescar tudo o que for de uso. Tira copia, fotografa,grava faça qualquer coisa, pois se vierem para cima vamos estar preparado". E, convenhamos, com as facilidades de hoje, nunca ficou tão fácil manter ou fazer um verdadeiro dossiê sobre alguém. Particularmente, sempre levei comigo um gravador, tenho horas infinitas de gravação desde os tempos de secretário das reuniões do meu partido. Tudo arquivado. No meu caso, não penso fazer uso a menos que seja provocado. Pretendo algum dia preparar um livro, onde repassarei aos interessados as coisas do submundo da arte de Administrar.Principalmente no sentido político da coisa.

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